terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Rio Grande Amado Tchê!


Mesmo em férias,fora de minha casa em outro pc, não deixei de dar uma olhadinha nos meus emails.
Recebi um texto que não podia perder a oportunidade de divulgá-lo mais.
Todos sabemos que nós, gaúchos, amamos muito nossa terra, o Rio Grande amado, e como bons cidadãos, bairristas, etc, onde estivermos divulgamos nossas tradições, nossos usos e costumes por este Brasil a fora.
Assim, ao receber e ler esta crônica, gostei tanto que quero transcrevê-la na íntegra para que mais pessoas tomem conhecimento .

Com vocês:


Os gaúchos chegaram

Marcelo Carneiro da Cunha
(de São Paulo )
Marcelo Carneiro da Cunha é escritor e jornalista. Escreveu o argumento do curta-metragem 'O Branco', premiado em Berlim e outros importantes festivais. Entre outros, publicou o livro de contos 'Simples' e o romance 'O Nosso Juiz', pela editora Record. Acaba de escrever o romance 'Depois do Sexo', que será publicado em setembro pela Record. Dois longas-metragens estão sendo produzidos a partir de seus romances 'Insônia' e 'Antes que o Mundo Acabe'.

Nós costumamos chegar com a sutileza de uma frente fria e a voracidade de uma nuvem de gafanhotos em jejum. A disposição para negociar com os nativos é mais ou menos similar à dos alienígenas do Independence Day . Desde o oeste de Santa Catarina até os arrozais de Roraima, do litoral do Uruguai ao cerrado do Mato Grosso lá estamos nós, com o chimarrão e térmica em punho, mostrando a que viemos. E agora, meus prezados paulistanos, até aqui, terra da ex-garoa e do trânsito sem solução, nós chegamos.
Na verdade, já estávamos por aqui há tempos. Vocês consumiam nossos rodízios de carnes nem se davam conta de que este movimento era apenas a vanguarda. Os talheres já eram Tramontina ou Hércules há horas, as suas meninas vinham usando Melissas, suas construções usavam aços Gerdau, vocês voavam a mil pelo Brasil nos aviões da nossa Varig e nem percebiam que tudo isso fazia parte de um plano. Há alguns anos compram na Lojas Renner achando que aquilo tudo ali à disposição era uma forma de varejo bem sucedido. Abasteciam seus carros nos postos Ipiranga, achavam que Tio João era apenas uma marca de arroz; o bumba era quase sempre Marcopolo, mas tudo não passaria de uma estranha coincidência?
Na verdade, os gaúchos estavam apenas aguardando o momento certo para mostrar que chegaram e prontos para impor seu estilo de vida.

Quanta modéstia!

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