Mesmo em férias,fora de minha casa em outro pc, não deixei de dar uma olhadinha nos meus emails.
Recebi um texto que não podia perder a oportunidade de divulgá-lo mais.
Todos sabemos que nós, gaúchos, amamos muito nossa terra, o Rio Grande amado, e como bons cidadãos, bairristas, etc, onde estivermos divulgamos nossas tradições, nossos usos e costumes por este Brasil a fora.
Assim, ao receber e ler esta crônica, gostei tanto que quero transcrevê-la na íntegra para que mais pessoas tomem conhecimento .
Com vocês:
Os gaúchos chegaram
Marcelo Carneiro da Cunha
(de São Paulo )
Marcelo Carneiro da Cunha é escritor e jornalista. Escreveu o argumento do curta-metragem 'O Branco', premiado em Berlim e outros importantes festivais. Entre outros, publicou o livro de contos 'Simples' e o romance 'O Nosso Juiz', pela editora Record. Acaba de escrever o romance 'Depois do Sexo', que será publicado em setembro pela Record. Dois longas-metragens estão sendo produzidos a partir de seus romances 'Insônia' e 'Antes que o Mundo Acabe'.
Nós costumamos chegar com a sutileza de uma frente fria e a voracidade de uma nuvem de gafanhotos em jejum. A disposição para negociar com os nativos é mais ou menos similar à dos alienígenas do Independence Day . Desde o oeste de Santa Catarina até os arrozais de Roraima, do litoral do Uruguai ao cerrado do Mato Grosso lá estamos nós, com o chimarrão e térmica em punho, mostrando a que viemos. E agora, meus prezados paulistanos, até aqui, terra da ex-garoa e do trânsito sem solução, nós chegamos.
Na verdade, já estávamos por aqui há tempos. Vocês consumiam nossos rodízios de carnes nem se davam conta de que este movimento era apenas a vanguarda. Os talheres já eram Tramontina ou Hércules há horas, as suas meninas vinham usando Melissas, suas construções usavam aços Gerdau, vocês voavam a mil pelo Brasil nos aviões da nossa Varig e nem percebiam que tudo isso fazia parte de um plano. Há alguns anos compram na Lojas Renner achando que aquilo tudo ali à disposição era uma forma de varejo bem sucedido. Abasteciam seus carros nos postos Ipiranga, achavam que Tio João era apenas uma marca de arroz; o bumba era quase sempre Marcopolo, mas tudo não passaria de uma estranha coincidência?
Na verdade, os gaúchos estavam apenas aguardando o momento certo para mostrar que chegaram e prontos para impor seu estilo de vida.
Quanta modéstia!
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