sábado, 27 de fevereiro de 2010

Surto de Dengue


Aedes aegypti: - O mosquito Aedes aegypti é transmissor dos vírus causadores de três doenças humanas graves: a dengue, a dengue hemorrágica e a febre amarela.

A dengue é uma doença muito dolorosa, deixa seqüelas e na sua forma hemorrágica tem um alto índice de mortalidade.

Conhecendo o Aedes aegypti - O mosquito adulto é fácil de reconhecer por ser rajado de branco e preto, e isto é visível especialmente quando ele está assentado sobre uma parede clara.




O seu desenvolvimento é um processo que dura aproximadamente 7 dias (quando o calor é forte, a duração do ciclo diminui) e abrange 4 fases: ovo, larva pupa e adulto. A larva sai do ovo inicialmente bem pequena, alimenta-se bastante dos detritos existentes na água, movimenta-se muito e vai crescendo até se transformar na pupa (com formato de um ponto de interrogação), que também se movimenta muito rapidamente, mas não se alimenta. O desenvolvimento do ovo até a pupa ocorre obrigatoriamente na água. O mosquito adulto forma-se dentro da pupa e, quando está pronto, sai por uma abertura nas costas da mesma e voa. Da pupa só vai restar o envoltório na água.

Como ocorre a transmissão - Os mosquitos adultos machos alimentam-se exclusivamente de líquidos doces (néctar) das plantas, mas as fêmeas adultas têm que se alimentar de sangue para que seus ovos se desenvolvam. Nesse processo, picando uma pessoa doente e depois uma ou muitas pessoas sadias, as fêmeas alastram a doença.

Isto acontece porque, na picada, a fêmea do mosquito ingere os vírus que estão presentes no sangue da pessoa doente, estes se multiplicam em seu corpo e se alojam na sua saliva. Quando essa fêmea infectada pica outra pessoa, um pouco dessa saliva contendo vírus é injetada, a pessoa torna-se também doente e assim a doença se espalha.

Uma vez infectada, a fêmea do mosquito torna-se vetor dos vírus até a sua morte, podendo levar a doença a muitas pessoas. Se houver um grande número de mosquitos no ambiente das pessoas doentes, a epidemia se instala rapidamente. Essa corrente de transmissão só pode ser quebrada se não houver mosquitos.

As fêmeas do mosquito botam os ovos em águas paradas, limpas ou sujas, mesmo que essa água ocorra em pequena quantidade como a que cabe em uma tampinha de garrafa deixada no quintal ou um pedacinho de brinquedo ou qualquer outro objeto que forme uma concavidade onde a água pode se acumular.

Podemos pensar então que essa pequena quantidade de água não tem muita importância porque ela pode secar antes que o ovo desenvolva. Mas isto é engano porque, mesmo que a água seque, os ovos não morrem; eles podem permanecer vivos por até um ano e quando nova água encher aquele pequeno espaço poderão desenvolver-se. Cada fêmea bota muitos ovos, cerca de 300 ou mais . Portanto, uma só fêmea pode originar uma “multidão” de mosquitos!
O surto de dengue em Ijuí, no Noroeste do Estado do RS, colocou em alerta as autoridades da saúde no RS.

Quatro cidades gaúchas estão em alerta epidemiológico: Ijuí, Erechim, Santiago e Porto Alegre.

A Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde emitiu um alerta epidemiológico à rede de saúde da Capital devido ao surto de dengue em Ijuí. Segundo o documento, "a situação é de grande risco epidemiológico para todos os municípios onde há presença do vetor".

Agentes da Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde de Ijuí, na região noroeste, já iniciaram o trabalho e eliminação dos focos do mosquito da dengue no município. Uma equipe de 25 agentes se desloca para o bairro São Paulo, o que registra o maior número de focos.

O que é a DENGUE?
A Dengue é uma doença infecciosa (é uma virose). Tem como etiologia (causa) qualquer uma das quatro variedades (sorotipos), do vírus da dengue. Os sorotipos (variedades) são identificadas pelas siglas DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Trata-se de um arbovírus (vírus da família do vírus da febre amarela) que só pode ser transmitido ao homem por um vetor (transmissor) um artrópodo hematófago (animal que tem os membros articulados e alimenta-se com sangue - o mosquito Aedes aegypti).

Não há transmissão homem-homem, sem a ação do vetor.
Cada um dos virus pode causar enfermidade grave e mortal. Cada sorotipo proporciona imunidade (defesa organizada) específica para toda a vida.

A imunidade cruzada (de um para o outro sorotipo) é de curta duração (meses), como são quatro variedades, uma pessoa pode ter dengue quatro vezes. Dentro de um mesmo sorotipo parece existir capacidade variável de disseminar uma epidemia com diferentes níveis de gravidade.

Como se manifesta?
Existem quatro síndromes clínicas da dengue:
1. Febre indiferenciada;

2. Febre de dengue (Dengue Clássica);

3. Dengue hemorrágica, o DH;

4. Síndrome do choque da dengue. A síndrome de choque é na realidade a forma mais grave de

febre indiferenciada.

A febre indiferenciada é a manifestação mais comum e frequente da dengue. Uma pesquisa de DS Burke, et al. “A prospective study of dengue infections in Bangkok” publicada no Am J Trop Med Hyg 1988; 38:172-80 demonstrou que a maioria (87%) dos estudantes; de 4 a 16 anos de idade; infectados pelo virus da dengue permaneceu sem sintomas ou com tão poucos que faltaram às aulas somente um dia. A infeccão da dengue, em sua forma de febre indiferenciada, não difere das viroses habituais.

Características clínicas da febre da dengue.
A febre da dengue é uma enfermidade viral aguda que pode ser diferenciada por:
1. Febre, de início súbito;
2. Dor atrás do olho (retro-ocular) e forte dor de cabeça (cefaléia) às vezes muito intensa.
3. Dores nos músculos (mialgias) e nas juntas (artralgias) que podem ser relatadas como muito intensas.
4. Vômitos de difícil controle e/ou náuseas ;
5. Erupção cutânea (exantema) que pode surgir em diferentes momentos da doença, tem aspecto variável, desde predominância de petéquias (pontos de sangue) até somente eritematosa (avermelhada). Em pessoas de pele mais clara se notam mais as petéquias e o eritema, nas de pele mais escura chama atenção o aspecto maculopapular (manchas com alguma elevação) .


Educação
A medida de prevenção mais eficiente é o combate ao mosquito que transmite a doença.

Medidas educativas de repercussão ambiental e conscientização da sociedade para diminuir os locais onde as larvas dos mosquitos se criam são decisivas na prevenção.
Recomendações da Saúde Pública
A única maneira de evitar a dengue é não deixar o mosquito nascer. É necessário acabar com os criadouros (lugares de nascimento e desenvolvimento dele). Não deixe a água, mesmo limpa, ficar parada em qualquer tipo de recipiente como: garrafas, pneus, pratos de vasos de plantas e xaxim, bacias, copinhos descartáveis.

Tapar: caixas d'água; poços; cisternas e outros depósitos de água.

Outras recomendações: Lave bem os pratos de plantas e xaxins, passando um pano ou uma bucha para eliminar completamente os ovos dos mosquitos.

Uma boa solução é trocar a água por areia molhada nos pratinhos.

Limpe as calhas e as lajes das casas.

Lave bebedouros de aves e animais com uma escova ou bucha; e troque a água pelo menos uma vez por semana.

Guarde as garrafas vazias de cabeça para baixo.

Jogue no lixo copos descartáveis, tampinhas de garrafas, latas e tudo o que acumula água.

Mas atenção: o lixo deve ficar o tempo todo fechado.

Furar as folhas das bromélias para não acumular águaManter os ralos fechados.

Os repelentes que contém DEET(dietil-meta-toluamida) não são indicados para menores de 2 meses, crianças com mais idade devem DEET em concentrações inferiores a 30 %. Os produtos que contém DEET podem ter concentrações de até 100 %. (Ver o rótulo antes de usar)inferiores a 30 %. Os produtos que contém DEET podem ter concentrações de até 100 %. (Ver o rótulo antes de usar) Outros repelentes eficazes podem conter: Permefrina (KBR3023) e não se recomenta para usar diretamente na pele (só em objetos - roupas, mosquiteiros, sapatos,etc), o óleo de eucalipto não é recomentado para menores e 3 anos. A duração do DEET é proporcional à sua concentração. Os repelentes eletrônicos não são indicados para repelir o Aedes bem como o complexo B.


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